quinta-feira, 1 de março de 2012

A Sereia Teresinha

Era uma vez uma sereia alta e magra. Tinha olhos castanhos, cabelo castanho aos cachos, como as uvas.

Era muito bonita, bela, maravilhosa, simpática, brincalhona, atrevida, esperta e estava sempre contente.

Gostava muito de estar na água a nadar…

Só quando passavam rapazes que lhe interessavam, e bem jeitosos, saia para a terra.

Começava a meter conversa com eles e eles com ela.

Mas ela só respondia aos que lhe interessavam, não a qualquer um.

Só falava para rapazes loiros, de olhos castanhos ou azuis e também cabelo castanhos. Não podiam fumar, nem ter brincos, nem tatuagens. Tinham que ir à missa de segunda a domingo.

Tinham que ser religiosos e crentes.

Não podiam ser casados, nem ter namorada.

Então perguntava-lhes, um a um:

- És casado?

No meio de tantos rapazes, só havia um solteiro, loiro, religioso e que ia à missa.

Começou a fazer-lhe perguntas e ficou a saber que ele tinha 50 anos e era de signo Virgem.

Quis ainda saber se tinha casa própria e o que fazia na vida.

Ele estava a estudar para padre e fez também algumas perguntas.

- Que idade tens?

- Tenho 100 anos.

- Tens casa?

- Sim.

- Onde?

- A minha casa é o mar.

- Qual é o teu signo?

- Sou de signo virgem.

- O que fazes na vida?

- A profissão? Estou indecisa entre ser sereia ou freira…

- Fazes tu muito bem. _ Respondeu ele.

- É! Tu padre eu sereia. - Acrescentou ela. - Ya!


Sónia Dantas

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