quarta-feira, 15 de junho de 2011

Santa Bruninha



Bruna era a minha melhor amiga. Além de ser colega de turma, era uma companheira inseparável. Passávamos muitos momentos juntos. Brincávamos, ríamos e desabafávamos as nossas alegrias e tristezas.

Numa certa noite, depois de um dia cansativo de escola, adormeci, mal me enfiei na cama. De manhã, quando acordei, apercebi-me que toda a noite tinha sonhado com uma fada muito especial. Era deslumbrante. À volta dos seus cabelos e asas douradas, pairava um brilho fora do vulgar , vindo não se sabe de onde. Mas o seu rosto não me era estranho. Fazia-me lembrar alguém que eu conhecia muito bem. De repente, aquele rosto redondinho e aquele narizinho único eram-me muito familiares e a imagem da minha amiga Bruna surgiu diante dos meus olhos. A nossa amizade era tão forte, que a consegui transportar para o meu sonho.

A pouco e pouco, fui me lembrando da minha aventura nocturna. Recordo-me que viajava num mar desconhecido num iate de sonho. Encontrava-me no exterior do barco, a apanhar a brisa da noite. O céu estava estrelado e a lua cheia. Respirava uma tranquilidade indescritível. De um momento para o outro, este ambiente paradisíaco transformou-se num inferno. As estrelas desapareceram, o céu ficou muito escuro e o vento soprava de todos os lados. O meu barquinho começou a andar à deriva no meio das ondas gigantescas.

Pensei que ia morrer. Mas, de imediato apareceu no meio da tempestade uma fada deslumbrante e apenas com um gesto, transformou aquela noite horrenda numa noite tranquila e estrelada. Foi a minha salvadora. A partir daquela noite passou a ser a minha Santa Protectora: Santa Bruninha.

De facto, a minha amiga Bruna tem algo de especial. Por isso, Santa Bruna encaixa-lhe muito bem!

Raul Gomes

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