terça-feira, 20 de março de 2012
Lançamento do Bloco de Notas - Apreciação
quarta-feira, 7 de março de 2012
Oferta do Bloco de Notas às professoras bibliotecárias Teresa Marques e Isabel Sá pelos alunos CEI e prof. João Carlos Pereira na feira do livro da Semana da Leitura.
Fotos do lançamento Bloco de Notas
terça-feira, 6 de março de 2012
O PROFESSOR GRILO - escritora Palmira Martins
Paula era uma jovem de 13 anos que, como todos os jovens da sua idade, andava na escola.
Era magra e franzina e muito boa na prática de desportos. Embora praticasse vários desportos, gostava mais de atletismo. Começou por praticá-lo nas maratonas escolares mas, em pouco tempo, tornou-se conhecida nas provas regionais e até nacionais.
Todos os dias treinava intensamente, de manhã cedo e ao fim da tarde e nunca parecia cansada. Por isso, tinha já uma grande colecção de medalhas e troféus.
Mas Paula tinha um problema: tinha dificuldades na aprendizagem, em especial na leitura e escrita. E, quanto mais dificuldades tinha, menos se esforçava para as ultrapassar.
Embora os professores, os pais e até alguns colegas se oferecessem constantemente para a ajudar, a menina ia dizendo que aprender a ler era muito difícil e que nunca conseguiria. E, por isso, nem tentava.
Pode mesmo dizer-se que o que lhe sobrava em trabalho e empenho no atletismo, faltava-lhe na Língua Portuguesa.
E, apesar dos conselhos dos professores e dos pais, ia dizendo que não precisava de saber ler e escrever. Afirmava que, para ser feliz, lhe bastavam os prémios que ganhava no atletismo.
Ora, certo dia, nas férias de verão, estava ela sozinha em casa, quando recebeu uma carta. Mal o carteiro lha entregou, conseguiu ver que lhe era dirigida.
Rapidamente percebeu que o símbolo do envelope era da Federação Nacional de Atletismo. Era, de certeza, a resposta que esperava há tanto tempo.
Abriu a carta com ansiedade, à espera de saber a tão desejada resposta mas não conseguiu ler o seu conteúdo.
Apesar da carta ter só meia dúzia de palavras em letras grandes, não conseguiu ler. Bem se esforçou…Queria mesmo saber a resposta! Até conhecia algumas letras mas não as conseguiu juntar e decifrar o que estava escrito.
Então, como sabia que os pais só regressariam à noite, sentou-se à porta de casa com a carta na mão e, desanimada disse:
– Que chatice! Gostava tanto de conseguir ler o que está aqui escrito!
Foi então que ouviu uma cantar de grilo. Era um gri-gri estranho e bonito.
Olhou em volta para descobrir quem assim cantava quando viu um lindo grilo. Era diferente de todos os grilos que tinha visto até aí. Era muito colorido e tinha umas antenas douradas e brilhantes.
A menina estava admirada a apreciar a sua beleza quando teve uma surpresa ainda maior. De repente o grilo começou a falar:
– É mesmo uma chatice não conseguires ler essa carta! Se quiseres posso ajudar-te.
Paula até estremeceu. Nunca tinha visto um animal falar. Muito menos um grilo tão pequenino! Nem conseguiu responder-lhe. Abanou a cabeça e esfregou os olhos para ter a certeza que não estava a sonhar mas, já o grilito lhe perguntava de novo:
– Queres ou não ajuda para ler essa carta? Despacha-te que tenho muito que fazer. Ainda tenho de ir ensaiar para o concerto do jardim!
Nessa altura a menina não perdeu tempo:
– Claro que quero! Preciso mesmo de saber o que aqui está escrito!
– Eu vou ler-te a tua carta mas vou pôr algumas condições. São a paga do meu esforço! – respondeu o grilo.
– Oh! Já devia imaginar que querias alguma coisa em troca! Não tenho nada para te pagar! Paciência! Tenho de esperar que os meus pais cheguem para me revelarem o conteúdo da carta. – respondeu a menina, desanimada.
– Desistes facilmente! É por isso que ainda não sabes ler. Eu ainda não te disse qual era a minha paga. Eu não quero nada teu em troca. Aliás, quero só uma coisa simples: que aceites a minha ajuda para aprenderes a ler.
– Ah é isso! Talvez! Mas não é nada simples! É mesmo muito difícil! Já tentei e não consegui!
– Não conseguiste porque desististe rapidamente. Prometo que se me deixares ajudar-te e se te esforçares, aprendes a ler em pouco tempo. Já não és a primeira a quem ensino a ler.
– Se é assim como tu dizes posso voltar a tentar. Mas precisava mesmo de saber o que diz a carta. É tão importante para mim!
– Isso resolve-se. A partir de hoje, todas as tardes passarei aqui para te ajudar na aprendizagem da leitura e escrita. Agora vou dar-te a minha primeira aula e no fim leio--te a carta. Combinado?
– Combinado! – respondeu a menina.
Então, correu a casa e trouxe consigo os livros e os cadernos onde os professores lhe tinham tentado ensinar a leitura mas que ela abandonara há muito. Ali estiveram algum tempo, de livros na mão, a conversar e a olhar para as letras. Pareciam ambos entusiasmados e até divertidos.
Finalmente, já o sol se punha no horizonte quando o grilinho lhe leu a carta:
– Informamos que, a partir desta data faz parte da seleção nacional de atletismo.
Paula saltou, cantou, dançou e abraçou o grilinho.
Este foi-se embora prometendo voltar no dia seguinte:
– Não te esqueças! Amanhã, espero-te ali no jardim, ao pé do tanque. Traz os teus livros e vontade de aprender.
– Com certeza, senhor Professor Grilo! – respondeu ela, divertida.
Mal ficou sozinha, pegou na carta e, como tinha decorado o que lá estava escrito, leu e releu aquela frase mil vezes.
Quando os pais chegaram ela mostrou-lhes a carta e leu-lhes a frase tão importante:
– Informamos que, a partir desta data, faz parte da seleção nacional de atletismo.
Os pais ficaram contentes e muito espantados por ela conseguir ler. Perguntaram-lhe como tinha conseguido mas ela não lhes contou que tinha tido ajuda de um grilo. Achou que, se lhes contasse isso, eles nunca iriam acreditar. Disse-lhe só que decidira aprender a ler e que já conseguia ler um bocadinho. Disse-lhes também que, por muito difícil que fosse, se iria dedicar e trabalhar para vencer as dificuldades.
É claro que os pais ficaram radiantes.
As férias de verão continuaram e, após os treinos da manhã, todos os dias Paula se dirigia ao jardim e, junto ao tanque, passava o resto da tarde a juntar letras, ler palavras e frases dos seus livros escolares.
Os pais nem queriam acreditar! A filha andava entusiasmada com a leitura e até já lia pequenas frases, em voz alta, no meio do jardim. O que nunca repararam foi que entre os livros e a pasta, estava um pequeno grilo colorido e alegre que, de uma maneira sábia e paciente, a ensinava.
As férias estavam a terminar quando, numa bela manhã de Setembro, o carteiro lhe entregou uma nova carta. Paula abriu-a com ansiedade e sem qualquer ajuda leu:
-Informamos que foi convocada, pela Federação Nacional de Atletismo, para os Jogos Olímpicos de Londres.
Escusado será dizer que houve logo festa em casa e, mais tarde, na escola. Mas o primeiro a saber a notícia foi o grilinho colorido que vivia junto ao tanque.
As aulas já recomeçaram e todos os dias, para além dos treinos de atletismo, Paula não perde uma aula de leitura e escrita. É que hoje sabe que é muito importante saber ler e que, com esforço, consegue ultrapassar muitas dificuldades.
Quanto ao grilinho colorido nunca mais ninguém o viu mas consta-se que continua a ajudar meninos que, tal como a Paula, sentem dificuldade na aprendizagem.
FIM
escritora
Palmira Martins
Março de 2012
As Máscaras Sassai e Nirumbé
Neste Carnaval, apareceram duas máscaras diferentes de todas aquelas que costumam encontrar-se nesta época. Elas fizeram mesmo um grande sucesso por serem novidade!
Na véspera do corso, foram convidadas a participar no mesmo pelo responsável das máscaras presentes. Primeiro, ainda ficaram de pensar, não aceitarem de imediato. Afinal, eram visitantes da cidade de Viana do Castelo e sentiam-se muito importantes. Algum tempo depois, conversaram e decidiram desfilar. Sempre seria uma oportunidade de se mostrarem às restantes colegas e, claro, aos milhares de espetadores que acorreram à cidade minhota. E os amigos que as construíram – o David e o Raúl – acharam a ideia excelente. Ficaram vaidosos e não era para menos…
No domingo, dia do corso, estavam animadas, mas também algo ansiosas. Nunca tinham desfilado. Ficaram muito contentes quando souberam que seriam as rainhas do Carnaval vianense. Mas que grande responsabilidade! - pensaram.
Bem, a hora do desfile chegou e lá foram tomar os lugares no respetivo carro. Sentiram-se observadas desde o início e alegraram-se quando começaram a ouvir chuvas de aplausos. Durante o corso, foram sorrindo e acenando com entusiasmo.
No final, já algo cansadas, tiveram ainda direito a uma homenagem da Câmara, onde receberam a bandeira do município, o “Manel e Maria”, representantes do folclore vianense, e ainda uns doces regionais, aos quais não faltaram os manjericos e as “ bolas de Berlim” da famosa pastelaria do Manuel Natário. Ficaram maravilhadas e surpreendidas e nem sabiam como agradecer!
Depois, ainda distribuíram muitos autógrafos às suas colegas máscaras, às pessoas que ficaram fascinadas com a sua presença e aos organizadores.
Sentiram-se umas verdadeiras estrelas!
David Parente e Raúl Gomes
“O Quê Que Quem” à nossa maneira - leitura e escrita
Árvore é o outono a chegar e as folhas a cair.
Folhas são o movimento das ondas do mar.
Mar é uma extensão de azul com barcos a flutuar.
Pássaros são viajantes que percorrem o mundo extenso.
Mundo é a casa onde sorris, brincamos e vivemos.
Brincar é um jogo de xadrez: move-se uma peça de cada vez.
Amigos são aqueles que guardamos no nosso coração.
Coração é a morada do amor e da união.
União é a árvore que está a florir.
Sónia, Cláudia e Gérson
sexta-feira, 2 de março de 2012
Bloco de Notas - Lançamento
As duas mulheres bonitas
Era uma vez duas mulheres bonitas.
A princesa é alta e magra. Mede 1.63cm, tem cabelo castanho e olhos verdes. É simpática, meiga e tem um lindo sorriso. Trabalha na biblioteca da escola e é professora.
A sua amiga é alta e magra. Tem cabelo preto, olhos castanhos, um sorriso simpático e um corpo que parece uma modelo. Também é professora. Só tem três defeitos: é perigosa (como tal, na brincadeira, aleija os alunos), é um bocado chatinha e convencida. Então pus-lhe o nome de “Mazinha”.
Até podem ter alguns defeitos mas estão sempre prontas para ajudar e receber as pessoas.
Sónia Dantas
quinta-feira, 1 de março de 2012
A Sereia Teresinha
Era uma vez uma sereia alta e magra. Tinha olhos castanhos, cabelo castanho aos cachos, como as uvas.
Era muito bonita, bela, maravilhosa, simpática, brincalhona, atrevida, esperta e estava sempre contente.
Gostava muito de estar na água a nadar…
Só quando passavam rapazes que lhe interessavam, e bem jeitosos, saia para a terra.
Começava a meter conversa com eles e eles com ela.
Mas ela só respondia aos que lhe interessavam, não a qualquer um.
Só falava para rapazes loiros, de olhos castanhos ou azuis e também cabelo castanhos. Não podiam fumar, nem ter brincos, nem tatuagens. Tinham que ir à missa de segunda a domingo.
Tinham que ser religiosos e crentes.
Não podiam ser casados, nem ter namorada.
Então perguntava-lhes, um a um:
- És casado?
No meio de tantos rapazes, só havia um solteiro, loiro, religioso e que ia à missa.
Começou a fazer-lhe perguntas e ficou a saber que ele tinha 50 anos e era de signo Virgem.
Quis ainda saber se tinha casa própria e o que fazia na vida.
Ele estava a estudar para padre e fez também algumas perguntas.
- Que idade tens?
- Tenho 100 anos.
- Tens casa?
- Sim.
- Onde?
- A minha casa é o mar.
- Qual é o teu signo?
- Sou de signo virgem.
- O que fazes na vida?
- A profissão? Estou indecisa entre ser sereia ou freira…
- Fazes tu muito bem. _ Respondeu ele.
- É! Tu padre eu sereia. - Acrescentou ela. - Ya!
Sónia Dantas