Era uma vez uma sereia alta e magra. Tinha olhos castanhos, cabelo castanho aos cachos, como as uvas.
Era muito bonita, bela, maravilhosa, simpática, brincalhona, atrevida, esperta e estava sempre contente.
Gostava muito de estar na água a nadar…
Só quando passavam rapazes que lhe interessavam, e bem jeitosos, saia para a terra.
Começava a meter conversa com eles e eles com ela.
Mas ela só respondia aos que lhe interessavam, não a qualquer um.
Só falava para rapazes loiros, de olhos castanhos ou azuis e também cabelo castanhos. Não podiam fumar, nem ter brincos, nem tatuagens. Tinham que ir à missa de segunda a domingo.
Tinham que ser religiosos e crentes.
Não podiam ser casados, nem ter namorada.
Então perguntava-lhes, um a um:
- És casado?
No meio de tantos rapazes, só havia um solteiro, loiro, religioso e que ia à missa.
Começou a fazer-lhe perguntas e ficou a saber que ele tinha 50 anos e era de signo Virgem.
Quis ainda saber se tinha casa própria e o que fazia na vida.
Ele estava a estudar para padre e fez também algumas perguntas.
- Que idade tens?
- Tenho 100 anos.
- Tens casa?
- Sim.
- Onde?
- A minha casa é o mar.
- Qual é o teu signo?
- Sou de signo virgem.
- O que fazes na vida?
- A profissão? Estou indecisa entre ser sereia ou freira…
- Fazes tu muito bem. _ Respondeu ele.
- É! Tu padre eu sereia. - Acrescentou ela. - Ya!
Sónia Dantas
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