quarta-feira, 15 de junho de 2011
Dia do Pintor 3.6.11 Pintura Mural "Era uma vez...Ler+"
Festa do Pintor_Oficina de livros "Era uma vez uma imagem...e outras histórias"
A Formiga Palhaço
Era uma vez uma formiga que tinha o sonho de ser palhaça, mas os seus pais não deixavam.
Um dia, apareceu um anúncio no jornal que dizia o seguinte: “ Precisa-se de formiga para fazer um número de palhaço. Contacto – 812113459 ”.
A formiga pegou logo no telefone e começou a marcar o número. Era o número do circo. Ficou toda contente, principalmente porque o senhor que atendeu lhe disse que se ela quisesse poderia começar logo nessa noite a trabalhar. No entanto, havia um problema, os seus pais não podiam saber de nada.
Ao final da tarde, a formiga resolveu ir para o circo preparar-se para o seu grande momento. Antes de sair, escreveu um bilhete aos pais com o seguinte: “ Papá e mamã, quero convidar-vos para assistirem a um espectáculo logo às 21h no circo da cidade.” Deixou-o em cima da mesa e foi-se embora.
Quando os pais chegaram a casa, encontraram o bilhete e apesar de acharem muito estranho o convite, resolveram ir.
Chegaram ao circo e sentaram-se tal como as outras pessoas, preparados para assistir ao espectáculo, sem sequer imaginar o que estava para acontecer…
Quando o circo começou, para seu espanto, no meio da alegria daqueles palhaços todos, havia uma palhacinha muito divertida e especial, era a sua filha.
Toda a gente se ria e aplaudia com muito entusiasmo.
No final, a formiga foi ter com os seus pais, que a abraçaram orgulhosos. Foi então que resolveram deixar a sua filhota seguir o seu destino e ser palhaça, tal como sempre sonhara.
A formiga ficou muito feliz, pois finalmente tinha a concretização do seu grande sonho.
Claúdia Franco
Santa Bruninha
Bruna era a minha melhor amiga. Além de ser colega de turma, era uma companheira inseparável. Passávamos muitos momentos juntos. Brincávamos, ríamos e desabafávamos as nossas alegrias e tristezas.
Numa certa noite, depois de um dia cansativo de escola, adormeci, mal me enfiei na cama. De manhã, quando acordei, apercebi-me que toda a noite tinha sonhado com uma fada muito especial. Era deslumbrante. À volta dos seus cabelos e asas douradas, pairava um brilho fora do vulgar , vindo não se sabe de onde. Mas o seu rosto não me era estranho. Fazia-me lembrar alguém que eu conhecia muito bem. De repente, aquele rosto redondinho e aquele narizinho único eram-me muito familiares e a imagem da minha amiga Bruna surgiu diante dos meus olhos. A nossa amizade era tão forte, que a consegui transportar para o meu sonho.
A pouco e pouco, fui me lembrando da minha aventura nocturna. Recordo-me que viajava num mar desconhecido num iate de sonho. Encontrava-me no exterior do barco, a apanhar a brisa da noite. O céu estava estrelado e a lua cheia. Respirava uma tranquilidade indescritível. De um momento para o outro, este ambiente paradisíaco transformou-se num inferno. As estrelas desapareceram, o céu ficou muito escuro e o vento soprava de todos os lados. O meu barquinho começou a andar à deriva no meio das ondas gigantescas.
Pensei que ia morrer. Mas, de imediato apareceu no meio da tempestade uma fada deslumbrante e apenas com um gesto, transformou aquela noite horrenda numa noite tranquila e estrelada. Foi a minha salvadora. A partir daquela noite passou a ser a minha Santa Protectora: Santa Bruninha.
De facto, a minha amiga Bruna tem algo de especial. Por isso, Santa Bruna encaixa-lhe muito bem!
O avião colorido
Era uma vez um avião que gostava de várias cores e, por isso, começaram a chamá-lo Avião Colorido.
A certa altura, este avião decidiu ir sobrevoar o campo e encontrou uma peça de bijutaria, que era um anel de ouro.
- Encontrei uma peça de bijutaria! Que bonita! Eu sempre quis ter um anel destes… Como ninguém se queixou, decidiu ficar com a peça de ouro.
No dia seguinte, mostrou o anel aos amigos e um deles disse:
- Olha, compraste esse anel?
- Não. Encontrei-o, no meio do aeródromo.
Depressa, o menino disse que esse anel era dele, que o tinha deixado cair no dia anterior. Tinha andado à procura dele e não o tinha encontrado.
O avião sentiu -se ofendido, porque percebeu que o menino estava a suspeitar dele.
Antes de acusarmos alguém, devemos ter a certeza do que dizemos. Afinal, o anel não era de nenhum dos dois.
Marisa Mina
O COELHO COMILÃO
Um dia, estava a brincar no meu quarto, quando olhei pela janela e vi algo estranho.
- Hum! Não pode ser! Devo ter os óculos sujos. Oh! É mesmo um coelho a passear!
Tinha uma orelha maior do que a outra, a cara grande, os olhos pequenos e os bigodes grandes. Tinha uma t-shirt, umas mãos grandes, e numa delas tinha uma cenoura. Depois vestia umas calças e tinha uns sapatos! Nota-se que ele era muito comilão. Andava sempre à espera que alguém quisesse ir à beira dele, e depois fugia.
Estava sempre à espera que alguém lhe atirasse comida para o chão. Só estava bem a roer cenoura, pão, cascas de batata e couves! Toda a gente gostava muito de o ver a comer… Achavam piada à maneira de ele comer. Também gostava de jogar futebol.
A menina que estava doente, no hospital, gostava de apreciar este coelho. Um dia, quando já se sentia melhor, perguntou à mãe:
- Achas que poderia ter um coelho, quando fosse para casa?
- Claro! Vou tratar disso… Mas temos de lhe dar um nome.
- Já sei! Roni se for um coelho e Rita se for fêmea.
Uma semana depois, quando a menina teve alta e chegou a casa, viu um casal de coelhos e ficou muito feliz. Abraçou a mãe e agradeceu.
Embora não tivesse um coelho comilão, gostava de ter a tarefa de tratar dos herbívoros. Sentia-se mais responsável!
Sónia Dantas
O Homem que Tinha Uma Nuvem na Cabeça
Certo dia, António passeava pelo jardim. O dia estava lindo, mas aos poucos começou a ficar escuro, cada vez mais escuro e desatou a chover.
As nuvens eram mesmo muitas e de repente veio a trovoada. Houve um raio tão forte, tão forte que até fez cair algumas nuvens. Uma delas caiu mesmo em cima da cabeça do António. Coitado… ficou cheio de medo e a pensar como iria fazer para ir para casa com uma nuvem na cabeça… iria molhar tudo! O melhor seria comer e dormir na banheira.
António começou a ficar muito triste, pois a sua vida já não era como dantes. Não podia ver televisão, não podia andar de carro, não podia ir ao cinema e o pior de tudo, não podia brincar com os seus filhos, muito menos dar-lhes um beijo de boa noite.
Estava mesmo infeliz. Não podia viver mais assim! De repente teve uma grande ideia: Vou de férias para um país muito quente. Falou com a mulher e com os filhos e resolveu ir.
Foi para uma ilha tropical, mesmo no meio das Caraíbas. Lá estava muito calor, não chovia e por isso podia dormir na praia sem molhar tudo.
Ao fim de dois dias de lá estar, a nuvem começou a derreter e, como o calor era muito, desapareceu de vez.
O António ficou tão contente por estar livre da maldita nuvem que regressou imediatamente a casa para poder finalmente abraçar a mulher e os filhos!
Manuel Casimiro
terça-feira, 14 de junho de 2011
A CHEGADA DA PRIMAVERA
No dia 20 de Março, chegou a Primavera e com ela várias andorinhas. Mas destacam-se duas diferentes: a Matilde e o andorão João.
A primeira era a mais pequena de todas e era da cor da Primavera, enquanto que o andorão era todo preto e era o maior.
- Mãe, olha para o céu! Que pássaros são aqueles? – perguntou a Catarina.
- Filha, já são as andorinhas a anunciar a Primavera!
- E o que é a Primavera?
- Querida, trata-se de uma estação do ano. Isto é, um período de tempo, cerca de três meses, em que o clima fica diferente: mais quente; há mais luz durante o dia; as flores aparecem nas árvores e começam a desabrochar. Até as pessoas ficam mais bem dispostas.
- Mãe, a Primavera tem cores?
- Ups! Acho que sim! Observa os campos…
- São verdes e as árvores têm flores brancas e cor de rosa. Já sinto o seu perfume!
Enquanto mãe e filha andavam a passear pelo campo, uma andorinha pequena e atrevida passa muito perto da Catarina, num voo rasante. De seguida, vem o andorão e passa rente à mãe.
- Olha, filha, são andorinhas!
- Que bonitas! O que andam a fazer? Porque voam tão baixo?
- Acho que procuram um espaço para construir o seu ninho. Talvez procurem o beiral ou o alpendre da casa do avô.
- Ainda bem que a Primavera chegou, pois é muito bonita, tem várias cores, pássaros e animais que despertam do longo Inverno.
David Parente
domingo, 12 de junho de 2011
O AVIÃO QUE SE RI - CARLOS VAZ
Como psicólogo, pediram-me para prestar alguns serviços de urgência no Aeroporto Francisco Sá Carneiro. Por isso, quando lá cheguei, compreendi que tinha muito trabalho, pois os aviões rapidamente começaram a entrar pela porta do gabinete (provisoriamente instalado numa enorme sala, para o efeito), queixando-se de incríveis maleitas de todos os tipos e feitios. Uns lamentavam-se das vertigens, outros de um medo incompreensível de voar. Havia ainda um avião que sofria do mesmo problema dos que tinham medo de levantar o pé do chão, só que ao revés, ou seja, nunca queria pousar um pé em terra, por esse motivo andava sempre às voltas durante toda a sessão. Foi por entre estes aviões singulares que conheci o avião mais macambúzio da pista, era tão beiçudo que ninguém se atrevia a embarcar nele, com o receio de alguma refrega. Perante tantas queixas, os mecânicos tentaram aparafusar-lhe o humor que faltava, mas tudo o que conseguiram foi uma tal resmunguice dos potentes motores que lhes ficaram a zumbir os tímpanos durante uma semana.
Quando o recebi, não me dirigiu a palavra uma única vez, de início parecia-me tímido, mas depressa compreendi que era simplesmente casmurrice. Decidi então fazê-lo rir um pouco… contei-lhe algumas anedotas sobre helicópteros (é sabido que todos os aviões gostam de ouvir boas anedotas sobre as maluquices dos helicópteros), mas nada, nem um único esboço de sorriso, depois falei-lhe da divertida história da avioneta pitosga que se enganava no aeroporto e aterrava sempre numa leira aqui perto… pois bem, foi exactamente enquanto lhe contava esta história que aconteceu o seguinte… vindo do nada, um avião caiu na outra ponta do meu sofá, atirando-me, imaginem bem, para o alto candeeiro da sala onde fiquei pendurado. Era o avião que não queria aterrar que, já sem combustível, resolvera, por fim, pousar no meu confortável sofá… esquecera-me totalmente dele, lá em cima, longe do meu olhar. Assim, perante aquele cenário tão cómico, o avião antipático soltou uma longa gargalhada, mostrando uma dentição completamente arruinada, muito fanado, com os dentes por lavar e até alguns podres, com um incrível mau-hálito quase impossível de descrever.
Foi assim, desta forma tão estranha, que cheguei à conclusão que o avião resmungão não precisava de um psicólogo, mas antes de um bom dentista. Seguiu o meu conselho, por isso é que hoje, com dentadura nova, é o avião que mais ri em toda a pista, ri das anedotas de helicópteros, das queixas da avioneta e do avião que nunca quer pôr o pé no chão. Ri, ri de tal forma que todos querem nele voar, porque na verdade todos sabem que o riso faz a qualquer um levantar voo.
Se forem um dia ao Aeroporto Internacional Francisco Sá Carneiro, podem perguntar pelo avião que se ri. Se o encontrarem contem-lhe a anedota do helicóptero que não parava de andar à roda, é a sua favorita
Carlos Vaz
quinta-feira, 2 de junho de 2011
Os gatos do Casimiro
Era uma vez o Manuel Casimiro, um menino como tantos outros, por vezes, teimoso e distraído, outras vezes, atencioso e divertido.
O Manuel não gosta de acordar cedo e que a mãe lhe dê para jantar peixe cozido com batatas. Detesta dias de chuva e que lhe peçam para dançar.
Como todos os meninos da sua idade adora jogar à bola e andar de bicicleta pelas ruas da sua aldeia.
À noitinha, deita-se no sofá, bebe leite com chocolate e adormece a ver os seus programas favoritos na televisão. Mas o que deixa o Manuel Casimiro realmente feliz são os seus gatos, cinco lindos e pequenos gatos, que nasceram em sua casa. Estes gatos são muito especiais, fazem algo incrivelmente diferente. Sabem usar a sanita!
Sempre que têm vontade, usam a sanita e no final despejam o autoclismo.
Que bem-educados que os gatos do Manuel são!
Era uma vez o Manuel Casimiro, um menino diferente dos outros porque tem cinco gatos que sabem usar a sanita.
Manuel Casimiro