Era uma vez um polvo chamado
Natal.
O polvo Natal é um polvo muito
gordo, grande, com olhos pretos e com extensos braços cheios de cor, aquela
tinta que os carateriza tanto. Qualquer polvo tem oito pés, possui oito braços
com fortes ventosas, dispostas à volta da boca com a ajuda das quais apanha
peixes, crustáceos e outros invertebrados que o alimentam, mas não é o caso do
polvo Natal. Igual aos outros, o nosso polvo tem, apenas, um corpo muito mole, sem
esqueleto interno e tal como as lulas, possui, como meios de defesa, a capacidade
de largar tinta de camuflagem conseguida através dos seus braços. É assim que o
nosso amigo polvo se defende, de quem lhe quer mal, nas águas do mar.
Mas nem sempre as coisas lhe
correm bem! Quando chega a maré baixa, ele resolve passear e bronzear-se nas
rochas e mostrar o seu lindo corpo às suas amigas sardinhas, fanecas, solhas,
trutas, à pescada dourada e, em especial, às suas amigas lulas. É que o polvo
Natal gosta de ser diferente e, de tal modo é diferente que, em vez de oito, até
tem 11 braços que parecem um arco-íris à tona da água. Por isso, é que ele é
muito desejado pelas suas amigas lulas, a quem ele não dá importância, porque o
seu coração pertencerá sempre a alguém da mesma espécie.
O que ele não sabia, é que
também em terra havia alguém que gostava, melhor dizendo, amava muito os polvos
e tanto que era capaz de correr muitos riscos para conseguir caçar um. Como o
Natal estava a aproximar-se, D.Francisca Flores escolheu um dia de maré baixa
para apanhar polvos na praia norte.
Depois de muito pular de rocha
em rocha, eis que um raio de sol tocou no corpo do polvo e o fez brilhar. O
brilho era tão colorido que foi fácil a D. Francisca Flores apanhá-lo, embora
ele tentasse defender-se com os seus 11 fortes braços. D.Francisca Flores, mal apanhou
o polvo na rede, levou-o, tratou dele e lá foi ele parar a uma famosa panela. O
Polvo Natal, ingénuo, estava convencido que ia passar a viver num lindo
aquário, onde poderia ser visto por toda a gente.
Mas tudo mudou de figura,
quando D. Francisca Flores lhe juntou umas litradas de água quente para ele
ficar bem cozidinho. O polvo nem teve tempo de dizer “Ai!”.
Quando chegou a noite de
consoada, D.Franscisca Flores serviu o seu amado polvo à família que se
deliciou com ele. D.Francisca, como tinha um afeto especial pelos polvos,
também petiscou e essa foi a maneira que ela arranjou para ficar com o seu
amado, para sempre, na sua barriga. E assim foi.
Sónia Dantas
grupo 4
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