sexta-feira, 16 de novembro de 2012

O Polvo do Natal



Era uma vez um polvo chamado Natal.
O polvo Natal é um polvo muito gordo, grande, com olhos pretos e com extensos braços cheios de cor, aquela tinta que os carateriza tanto. Qualquer polvo tem oito pés, possui oito braços com fortes ventosas, dispostas à volta da boca com a ajuda das quais apanha peixes, crustáceos e outros invertebrados que o alimentam, mas não é o caso do polvo Natal. Igual aos outros, o nosso polvo tem, apenas, um corpo muito mole, sem esqueleto interno e tal como as lulas, possui, como meios de defesa, a capacidade de largar tinta de camuflagem conseguida através dos seus braços. É assim que o nosso amigo polvo se defende, de quem lhe quer mal, nas águas do mar.
Mas nem sempre as coisas lhe correm bem! Quando chega a maré baixa, ele resolve passear e bronzear-se nas rochas e mostrar o seu lindo corpo às suas amigas sardinhas, fanecas, solhas, trutas, à pescada dourada e, em especial, às suas amigas lulas. É que o polvo Natal gosta de ser diferente e, de tal modo é diferente que, em vez de oito, até tem 11 braços que parecem um arco-íris à tona da água. Por isso, é que ele é muito desejado pelas suas amigas lulas, a quem ele não dá importância, porque o seu coração pertencerá sempre a alguém da mesma espécie.
O que ele não sabia, é que também em terra havia alguém que gostava, melhor dizendo, amava muito os polvos e tanto que era capaz de correr muitos riscos para conseguir caçar um. Como o Natal estava a aproximar-se, D.Francisca Flores escolheu um dia de maré baixa para apanhar polvos na praia norte.
Depois de muito pular de rocha em rocha, eis que um raio de sol tocou no corpo do polvo e o fez brilhar. O brilho era tão colorido que foi fácil a D. Francisca Flores apanhá-lo, embora ele tentasse defender-se com os seus 11 fortes braços. D.Francisca Flores, mal apanhou o polvo na rede, levou-o, tratou dele e lá foi ele parar a uma famosa panela. O Polvo Natal, ingénuo, estava convencido que ia passar a viver num lindo aquário, onde poderia ser visto por toda a gente.
Mas tudo mudou de figura, quando D. Francisca Flores lhe juntou umas litradas de água quente para ele ficar bem cozidinho. O polvo nem teve tempo de dizer “Ai!”.
Quando chegou a noite de consoada, D.Franscisca Flores serviu o seu amado polvo à família que se deliciou com ele. D.Francisca, como tinha um afeto especial pelos polvos, também petiscou e essa foi a maneira que ela arranjou para ficar com o seu amado, para sempre, na sua barriga. E assim foi.

Sónia Dantas
grupo 4

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