Era uma vez um carapau amarelo às
pintinhas vermelhas. Com tanta cor, o Teco saltava à vista no meio do cardume
cinzento que vivia no Oceano Atlântico.
Todos o conheciam, mas ele vivia infeliz
por ser tão diferente. Por isso, afastava-se muitas vezes do cardume e gostava
de brincar, no meio das algas, com os seus amigos - as medusas, as
estrelas-do-mar e o caranguejo, também eles muito coloridos.
Uma vez, quando o Teco saiu do
cardume para ir brincar com os seus amigos, levantou-se uma tempestade e ele
perdeu-se da família. Sentiu-se muito triste, desamparado, tinha tantas
saudades da mãe, do seu carinho e apoio, do pai que sabia sempre o que fazer, e
até dos irmãos que estavam sempre a chateá-lo. Estava tão arrependido por ter
tido vontade de estar longe deles!
Com a tristeza, começou a ficar pálido
e as cores garridas das suas escamas a desaparecer.
Certo dia, avistou um cardume de sardinhas,
e perguntou esperançoso a uma delas se não tinha cruzado com o cardume de
carapaus. E uma sardinha maior interrompeu e disse:
- Sim, sim, eu vi-os, não estão muito
longe, continua nesta direção e já os encontrarás!
O Teco agradeceu. Nadou rapidamente e
durante muito tempo. Já estava a perder a esperança quando finalmente os viu!
Ao chamar a mãe e o pai, estes
olharam para ele, mas não o reconheceram, pois ele estava todo cinzento. Ao
insistir, os pais reconheceram-lhe a voz e acolheram-no com tanto entusiasmo
que ele voltou a sorrir e as suas escamas voltaram a luzir as suas cores vivas!
Sentiu como se fosse Natal, em que
estar com a família é o que mais importa.
Juliana Sequeira
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