Era uma vez um peixe pargo que
vivia nas águas do oceano Atlântico, junto à nossa costa, no meio de um grande
cardume, que faria inveja a qualquer pescador.
O pargo Laranjinha, como o
próprio nome indica, era todo cor de laranja, era um jovem muito brincalhão,
gostava de brincar com os outros parguinhos e também com os polvos e as
estrelinhas, no meio das algas de um verde escuro, onde a apanhada era muito
emocionante.
Como qualquer outro, gostava de
ir à descoberta, e às vezes afastava-se demasiado do cardume – já tinha tido
alguns sustos e os pais estavam sempre a repreendê-lo, enfim o mar tinha tanto
por descobrir...
Um dia, o polvo desafiou-o a
visitar uma gruta lá nas profundezas. Ele hesitou, sabia que não devia ir, mas
a tentação foi mais forte e lá foi ele...
-Oh, que lindo, disse ele, quando
viu uns caranguejos e umas estrela muito coloridos.
Tinha valido a pena, mas já estava na hora do regresso.Com
pressa, para os pais não se aperceberem da sua ausência, lá foi ele a procura
dos seus...
Já tinha avistado o cardume,
quando de repente algo brilhante captou a sua atenção, parecia um apetitoso
camarão.
Ao abocanhar, ficou preso e algo
o puxou fora da água. Não entendia o que se passava...
- Olhem, já apanhei um peixe!
Disse o pescador ao puxar a cana de pesca para apanhar o pargo.
- Oh! É tão pequeno, mais vale
deixá-lo crescer mais um pouco, acrescentou ele ao atirar o peixe ao mar.
O Laranjinha não queria acreditar
na sua sorte, e ainda a tremer de medo, fugiu como um raio.
Os pais, ao ouvir a história,
ficaram emocionados e abraçaram-no com muita ternura.
Desta vez , o Laranjinha tinha
aprendido a lição. A partir daí, o Laranjinha nunca mais se afastou do
cardume.
Adriana Martins