Era uma vez um flamingo com um nome muito bonito, ESTRELINHA. Tinha as penas e o corpo em tons de branco e cor-de-rosa, as estrelas decoravam o seu corpo. Media um metro e trinta centímetros de altura, pesaria aí uma dúzia de quilogramas. Era guloso, ai se era, e adorava comer algas e crustáceos, mas não era capaz de resistir a um peixinho pequenino, colorido, traquina e nervoso, a sua maior tentação, o seu único pecado capital.
Vagueava atento por ali, num povoado rural com uma dúzia de casas humildes e brancas, quando viu uma senhora a abrir uma janela da sua moradia, talvez para que a casa pudesse respirar.
Logo que a dona da casa se afastou, curioso e esfomeado, o Estrelinha aproximou-se daquela casa branca de um só piso. Pôs-se a espreitar para o interior e deu de caras com um aquário redondo, contendo três peixes vermelhos, um dos quais, o Luka, morto e esquecido ao comprido.
Aproveitando a ausência de seres humanos, entrou muito sorrateiramente dentro do edifício, dirigiu-se à casinha dos peixinhos, mergulhou dentro da água e zás… apanhou o indefeso Puka pelo bico. Comeu-o sofregamente e sem piedade, deixando como único habitante daquele aquário o ainda sortudo Tuka.
Com mais um pecado na alma, colocou-se numa desordenada fuga a sete pés, nunca mais ninguém o viu.
Dali a uma hora, a dona Francelina chegou a casa com compras e comida para os seus muito queridos peixinhos. Ao chegar perto do aquário, reparou no Luka morto e no desaparecimento do Puka. Ficou furiosa, se ficou, e pôs-se aos gritos:
- Onde está o meu Puka? Que é feito do meu Pukinha?
Resolveu então procurar uma ratoeira forte e com provas dadas no assassinato de ratazanas. Encontrou-a, montou-a e colocou-a fora de casa e junto à janela agora fechada.
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