quinta-feira, 17 de março de 2011

O TRINCA-ESPINHAS




Apesar de Serreleis ter um nome assim entre o estranho e o confuso, é uma aldeia bem simpática, portanto, senhores computadores, toca a aceitar este nome sem sublinhados vermelhos por baixo, se fazem o favor.

O rio Lima escolheu, e muito bem, Serreleis para fazer parte do seu caminho, espraiando-se em prazer e preguiça, confortavelmente instalado entre as margens bem distantes uma da outra. Mas, como uma qualquer terriola que se preze, Serreleis tem ainda um lago e uma menina muito especial. É um lago grande em forma de um ovo muito grande, com as águas cristalinas e azuladas da cor dos olhos da tal menina especial, a Andreia, e situado junto ao adro paroquial. Podem ver-se imensos peixes e peixinhos de diversos tamanhos e cores, de vez em quando, saltam para o ar com o desejo de voar ou de se exibir e armar.

Ora acontece que, um dia, a Andreia, a menina fixe de cabelos loiros nem compridos nem curtos, foi até junto do lago para observar os peixinhos.

Aproximou-se, meteu uma mão num saco e tirou um pedaço de pão. Atirou-o ao lago, mas ainda o pão não tinha aterrado na água azulada e cristalina e já o trinca-espinhas dava um enorme salto na água para apanhar o pão, tarefa perfeitamente conseguida. Provavelmente dava assim os saltos, porque era só espinhas, parecia um esqueleto de ossos, que coisa!

A menina Andreia não conhecia uma raça assim de peixes e olhava muito curiosa para aquele peixe assim armado em gaivota de lago de freguesia.

Ao vê-la assim curiosa, e depois de um mergulho para papar o pão já molhado e mais mole, o trinca-espinhas voltou a aparecer para dizer à menina que se chamava ranheta Andreia.


Andreia Ribeiro


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