Em casa do Zeca morava uma família grande, composta pela mulher, pelo irmão, pelos filhos e pelos pais. Um total de oito pessoas. Já para não falar dos animais que viviam na quinta: vários porcos, cavalos, galinhas e coelhos, patos nos charcos e um belo burro.
De todos os animais, o Zeca gostava mais do burro e até lhe deu o nome «Tremoço»! Já estava na quinta há dez anos, mas o seu pêlo continuava brilhante como no primeiro dia. Ajudava o dono a lavrar a terra, andava com o João, o Diogo e o Bruno às costas e brincava muito com eles. A esposa do Zeca era responsável pela alimentação do equídeo. Todos os dias lhe dava um fardo de palha muito amarela e fresca e três litros de água limpa.
O burro sempre foi meigo, tranquilo, limpo e simpático.
Um dia, quando menos se esperava, o Tremoço desapareceu… Ai! Que aflição! Toda a família procurou o animal, mas ninguém o encontrou.
- O que terá acontecido? Será que foi roubado? Fugiu? Já não gostava de nós e partiu sem dizer nada? – Perguntou a Rosinha, mulher do Zeca.
- Não pode ser. O Burro gostava muito desta casa e não conhecia nada para além desta quinta. – Afirmou o Diogo.
Entretanto, o Bruno lembrou-se de uma situação que tinha acontecido há duas noites. Como não conseguia dormir, levantou-se e desceu as escadas até à cozinha para beber um copo de leite. Como estava calor, decidiu sair e ir até ao alpendre. Foi aí que reparou que o Tremoço também estava acordado e de orelha levantada pronto a escutar a conversa da coruja.
- Que interessante! Não sabia que o burro conhecia a coruja – pensou o rapaz. Mas, na verdade, até parecia que se conheciam há muito tempo.
David Parente
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